“E eu não sei por que eu estou perdendo o meu tempo com você, até porque você nem existe mais.” Frase impressa na parede do meu banheiro. Quando a coloquei lá você se incomodou. Achava que eram pistas para um futuro planejado. No fundo, óbvio, eu já sabia do nosso mal-estar, mas nem por isso queria o nosso fim e muito pior tornar fragmento de memória embaçada. Hoje você quer que eu desapareça que não revele nenhum flagrante de momentos bem vividos. Hoje você me quer embaralhado, improdutivo, e danoso. E eu corro para resgatar o brilho eterno de Clementine, aquele recôndito lugar que frequentamos poucas vezes em tanto tempo, mas que teimo em fixá-lo, pós-morte. Daqui a pouco seremos apenas histórias curiosas e carinho manhoso. Muitos outros irão nos frequentar, e muitas passagens boas serão engolidas. Permaneço no mesmo lugar de paredes alcoviteiras, que teimam em me dizer que sozinho não sou tão legal. Mas a guerra foi instaurada. Escolhi sempre viver nela, fazer o quê? Você tentou me propor viver de maneira mais real, mas viver assim é cruel demais pra mim. O meu pesar é o teu sumiço, e o seu é a minha existência. E justamente agora que você não existe mais, eu repito: eu te amo, minha boca fina. E falo isso justamente porque você não está aqui. Se estivesse estaria pendurando outras frases de coração ferido. Foi mal.
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