Do zero ao finito

A ausência dá dor no estômago. O olho fraqueja quando vê casa vazia. Mil cortes internos, mas por fora não se vê nada. Só um chão descascado, umas paredes com histórias que serão apagadas e alguns objetos de coisas que você não quer mais. Quando você sai é por alguns motivos ou porque você precisa de espaços maiores e ali ficou pequeno para você, ou porque você não corresponde ao que o espaço quer de ti ou porque você foi expulso de algo que realmente nunca te pertenceu. Para este tipo de dores sempre é aplicada a esperançosa imagem de que do zero que começa uma nova contagem. Mas enquanto eu não sair desta casa vazia me deixe sofrer pelas amarguras de um abandono.