Venha que eu sou da Penha

Desde sempre morei na Penha. Ou melhor, durante quase 20 anos, morei próximo dela. Tiquatira. Que? Perto do Cangaíba. Que? Ninguém sabia onde eu morava no colegial onde eu estudava. Para chegar lá pegávamos um ônibus, que durava um tempo e andávamos mais um bocado. Depois me mudei para frente do Metro. Uau, minha vida mudou! E na faculdade, mesmo sendo mais perto, todos pegavam o caminho contrário que eu. Nesse ano pensei em me mudar, agora sou um homem feito. Não posso ser suburbano. Vou para a Paulista, encontrar os meus iguais. Bobagem! Fiquei por aqui, e tive um ano absurdamente feliz. E não é que quase sempre os meus amigos, cruzam a cidade, e vem me visitar. E minha musa me disse para escrever esse trecho: ‘não há quem tenha mais saudades lá da penha do que eu… juro que não…não há quem possa me fazer perder a bossa que a saudade do barracão.’ Sim, eu moro na Penha, zona leste de São Paulo. Corro do horário do rush e do cheiro de batata frita no palito, mas em compensação espero o tempo passar na sorveteria de bairro e durmo na cama e na casa onde reside toda a minha história. Eu moro no interior do mundo.