Não a mesma Frida

Meu querido, eu não te amo mais do que a minha própria pele, porque sou fraca, sou quebradiça. Eu te amo mais do que ela porque o que eu sinto por você é imenso, é enorme demais. Dizem que ando correndo demais, me expondo demais. Mas se quase morro embriagada com o carro em alta velocidade ou se quase morro sorumbática em uma cama de hospital, eu mesmo assim tentarei te escrever, entre ferragens, eu contorcida e você nunca respondendo as minhas cartas. Meu corpo dói como naquele dia que você esfregou sua mão áspera na minha bochecha rala. Você disse que fiquei ruborizada, mas não era rubor, eram gotículas de sangue, que depois derramei em tela branca. Costumam falar das minhas cores ou das minhas flores, mas o que eu tenho para te dizer é somente sobre esse comichão que trança meu cabelos para o alto da cabeça, sobrancelha com sobrancelha e redesenha meu buço. Tenho que te escrever porque você não esta aqui comigo, e isso dói demais. Vejo palhaços onde não há. E por alguns segundos eu esqueço como é o contorno dos seus olhos. Sinto sua falta. Eu sinto amor, embaixo de lenços.