Ele era novo demais. Ela vai fazer 2 anos. E eu que já passei dos 30, moro com o meu pai. Sou filha dele, criança dele. Não sou mais criança que tem criança com criança. Já sou mulher. Dizem que sou mulher-mãe. E eu fico com febre por não poder mais ser só mulher. Eu sou mãe sim, e amo todas as delicadezas dela. E toda vez que a vejo, enxergo todas as infâncias, a dele e a minha. A dele parece que nunca passa, homens tem esse mal. Não conseguem desapegar do termo menino, filho. Pai, que horror! E não é que meu pai é pai? Como convivo com um homem que é o desespero apaixonado dela, enquanto sonho que o homem dela reapareça arrependido? Eu sei que a maturidade traz coisas boas, mas queria que uma delas fosse um homem. Não um homem com medo de virar pai dela. Mas um homem que fosse apenas homem e que encontrasse comigo como apenas a mulher. Chega de dissabores, pois quero que ela tenha a infância sadia das mulheres, sem medo de largarem a suas meninices. Quando ela dorme, penso, estraçalhada, como é possível o abandono?
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