Ela queria emagrecer, começou o regime, mas a barriga continuava muito grande. Às vezes falavam que a fila para preferenciais era à direita, e ela se irritava. Estava tão gorda, que as pessoas achavam que ela era uma gestante? Sentia dores na barriga. Ah, devem ser gazes! Apertava a barriga para caber na calça. Um dia tropeçou e caiu de frente no chão. Entre uma baforada e outra de cigarro, pensava que existia algo de errado naquela reeducação alimentar. Surgiram cólicas muito fortes. Ela urrava. Pedia para o marido apenas dar a mão, não precisava de médico. Até que uma bolota de sangue escorreu, e ela finalmente foi para o hospital. Reclamou de dores abdominais, e a enfermeira indicou que a cabeça da criança já estava pronta para sair. Ela é a minha mãe. Minha mãe não sabia que estava grávida. Somente depois de nove meses ela viu o resultado. Hoje, meu pai e minha mãe, vivem trancados comigo, e me paparicam o dia todo. Nasci perfeita. E desde já, amo a loucura desses dois. Essa é a minha vida. Essa é minha história. Eu me chamo Karine.
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