Tomas queria saber o porquê daquelas fotos. Por que aquelas fotos aconteceram? Sua cabeça de cachos pretos, recém-liberto, recém-solteiro do corpo que habitava, insistiu, e eles não souberam responder. Talvez fosse a onda rock’n’roll, mas a jaqueta não combinava com aquilo tudo e nem a camiseta estava rasgada. Os chinelos denunciavam. Será que foi o apertão na bochecha, a mordida na nuca ou quando ele tocou nela? Não existiam santas nipônicas – disse o pai. Então quando ela tirou o véu indiano da pureza materna, mostrou o shorts que insistia em aparecer. Ela foi para o tanque, e sua barriga endureceu. Perguntei: você fica alterada? Ela gargalhou e Tomas continuou não entendendo, mas riu junto. O pai tocava guitarra, a mãe passava corretivo no buraco do piercing da barriga, e ele fantasiado para uma festa da Halloween largou o álbum de fotos e saiu pela porta da cozinha. O pai e a mãe ficaram presos, pois há 15 anos aquela porta dava problemas.
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