Sr. Respeitador em busca das verdades do outro

Morro de medo de você virar lembrança. Sei que é recente demais para eu me preocupar com isso. Mas justamente por ser recente que eu me esqueço das nossas histórias de maneira mais rápida. A sensação do começo é igualzinha a de quando terminamos, é o lugar onde só existe projeção. Nada é muito de verdade, é cheio de angústias, carências e desamores. A base do meu amor de agora é a cura do meu amor de ontem. E se digo isso sem medo de ofender, é porque você sabe disso, e trabalha ficcionalmente com isso da mesma maneira que eu. Eu te perguntei: para que transformar as histórias recentes pessoais e reais em objetos de estudo artísticos? Sinto que é um autoflagelo. Mas acho que acreditamos que no final uma verdade suprema surgirá, e irá nos transformar de fato. Você sabe que eu não estou pronto e nem você, mas não será por isso que vou desistir de ser igual a todos os falsos recém-apaixonados e dizer como estou amando projetar tudo o que quero em você, mesmo com a lacuna da tua ausência. Você me chama de Sr. “Respeitador”, e eu fico bobo com o reflexo da minha criação.