Eu quero viver novamente Maysa.

Toda vez escrevo o mesmo blábláblá sentimental. E agora não tenho vontade de nada disso. Talvez ser bem direto e mandar você pra puta que te pariu. Daí vem o terapeuta e diz: esse ódio vem do amor. E eu continuo direto e digo: tu que é trouxa de pagar um cara para te dizer isso. As amigas vêm e te dão incentivos, e eu mordo a boca com o grito entalado de: me deixa. Se eu não faço é porque eu não consigo. E eu não tenho que carregar o peso por não saber reconquistá-lo. Deixa cada um sofrer de um lado. Se ele está bem com a solução, e eu estou uma bosta, fazer o que? Eu não quero resolver, eu quero problematizar ainda mais. Eu quero que ele saiba que eu estou arrasado, enquanto ele acha que o que eu faço é arte. As pessoas dizem que gostam destas minhas histórias intensas, porque a vida real é chata demais. E eu berro: caralhoooooo, isso eu estou sentindo de verdade, e deste tamanho. E me poupe de conselhos ficcionais, de cartilhas românticas terapêuticas, de opiniões fulgazes ou de ressentimentos de mal-amados. Eu quero novamente viver Maysa. Acho que foi o fim.