Não quero fazer texto bonito. Quero só desvendar o passo a passo. Tenho bem pouca relação com o meu pai. Vivi 20 anos com ele, mas com uma ausência constante. Depois que minha mãe faleceu naturalmente nos vimos mais pelas questões burocráticas. Neste ano comecei um processo de um núcleo do Grupo XIX, intitulado ‘Onde está casa do meu pai?’. E no mesmo dia que me encontro com eles, faço terapia a tarde. Psicanálise. Durante estes meses afundei na ideia da infância líquida, volátil. E hoje fui até a casa dele, a casa da minha infância e o fotografei. Alguns nós se desataram. Dia 11, apresento junto com outros corajosos atores-dramaturgos nossas Casas de nossos Pais. Espero vocês lá! “A casa do meu pai é um campo de futebol de várzea, onde o time local nunca ganha.” Em um momento ele me mostrou a foto da minha vó na parede, levantou os braços e apertou os olhos de dor de saudade. Enfim, meu pai é um filho. Deixa-o chorar a perda da mãe dele em paz!
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