Sempre que como salada de fruta odeio quando vem mamão, e ele sempre vem. Lembrei-me de uma foto minha, bebê, comendo mamão com mamãe. Quando eu era criança eu até o admitia. Depois passei a odiá-lo e hoje na terapia descobri que existia algo muito maior do que só não gostar de mamão. E rapidamente, depois de quase 20 anos sem enfrentá-lo, fui ao supermercado e comprei um. Como de costume, fotografei com o objeto. Mamão, eu e Dani – meu artista espelhado. Enquanto ele tomava banho eu fui comer a fruta, e não é que nas primeiras colheradas eu chorei, lembrando-se dos dias que ela me alimentava. E vi que já que não posso mais ter mamãe, exclui do meu paladar também o mamão. O gosto dele é gosto de afago que não volta mais.
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