Tive uma noite péssima. Dores no corpo, tosse dolorida e calafrios. Assim que ele saiu de casa, fiquei febril. É muito ruim ficar doente e morar sozinho. Mas não parei de pensar no nosso final atrapalhado. Eu o abracei, e dei um beijo na bochecha. Ele saiu do apartamento, ficou esperando o elevador no hall, e eu fiquei com o cachorro no colo. O cachorro achou que eu iria passear com ele, mas o nosso encontro já havia terminado. Então ele voltou e se preparou para dar um novo beijo, e o cachorro intercedeu, colocando a língua no meio das duas bocas. Ele se afastou, eu dei um tranco no cachorro, e ele me deu uma bitoca, com meia língua. As línguas se empurraram. A boca não estava aberta o suficiente. E no momento que esse beijo reticências aconteceu, a porta do elevador abriu, e ele foi correndo até lá. E de maneira desengonçada sua mochila ficou presa na porta. Ele puxou a mochila para dentro e eu não mais o vi. Ele só sinalizou com dois dedinhos para fora do elevador. Eu fechei a porta, coloquei o cachorro no chão, e até agora eu não entendo de onde veio esse mal estar póstumo. Fico pensando que talvez eu me envolvi um pouco além da conta.
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