Eu gosto de bigode. Gosto de barba, pelo no peito, na bunda. Gosto no outro e gosto em mim. Mas se deixo a mata adentrar, não posso ser ela. Porque exigem que ela seja lisa, intocada. Estou emagrecendo e consequentemente ganhando massa muscular. Gosto de gente forte, parruda, gostosa. Gosto no outro e quero ser assim. Mas se meu ombro ficar mais musculoso, não poderei ser ela. Porque exigem que ela seja mignon, frágil. A única coisa que sai incólume dessa história é a bunda. Grande, definida, e acompanhada pelas pernas torneadas, ela é aprovada para pertencer aos dois polos. Parece papo estético, mas o pelo é uma capa, que nos esconde ou nos revela. E ela é mais bonita com pelo na cara, cabelo curto e cinta-pinto e eu sou mais feliz peludo e com possibilidades furtivas de utilização de gilete. Pasmem, ele é ela e eu sou os dois.
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