Disseram-me que ele é doce por ter olhos claros. Disseram-me que ele é lânguido, cândido, poeta. Perguntaram-me se eu havia me apaixonado e eu disse sim. Mas não por este que tanto me disseram. Fiquei mastigada por outro. E deste então vocês não sabem falar nada porque o que eu sei é o que ele esconde para vocês. E nem é o fato dele ser puto, frio, dissimulado. O que vocês desconhecem é que ele me ama justamente quando me agride, quando faz com que eu trema esperando sua doçura tão comentada, ou quando eu espero que ele seja um companheiro gentil. Ele sempre me esnoba demonstrando paixão. Vocês dizem que eu não tenho coragem, e outros falam que realmente tenho que esperar. Mas enquanto eles brincam de me trair, eu só fico atento ao que vocês dizem e por vezes me esqueço em prestar atenção no que eu quero, sem ter que obedecer a ninguém.
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