Ela não sai do telefone. Ora por um, auxilia o outro. Diz aleluia e glória a Deus. Vai ao culto, prega para um, junta com seu varão, e diz a palavra para outro. Às vezes vejo seu Deus castrador e vingativo. Vejo seu Deus no abandono, na solidão que junto dele fica mais bem compartilhada. Às vezes vejo o homem que mata pelo nome dele em vão. Deus criador de assassinos de aluguel. E quando vi o filme do náufrago e o tigre, com ela, choramos pela benção de Deus. O senhor que torna as histórias de desespero em consagração. Deus dela que por alguns instantes até se tornou meu. E um dia conversamos sobre a religião, eu ele e ela, e vimos que por ser do homem tudo é corrompido. Mas concordamos que Deus está na textura das coisas, e que antes de julgar é necessário escutá-lo. Antes ela vivia pelada e agora o homem a colocou cheia de roupa. Celebração de todos os nossos esconderijos.
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