Burca não

Hoje viajo para o imprevisível, novamente. Não sei falar a língua deles. Não sei comer as suas comidas. Vou ver obras históricas, passagens ancestrais e se possível, corpos nus. E o que mais me agrada é viver assim, em um eterno estado de suspiro profundo. No começo achava que era princípio de infarto porque este peito não acalma nunca. Depois vi que é um estado de aceleração mesmo, mega excitante e desnivelado. Ando bambo e só me meto em projetos assim. Se for para ter certezas, estou fora. Se for para ter segurança, eu fujo. Apaixonei-me por muitos que encontrei este ano, mas meu amor vem das lacunas, dos desconfortos. Amigo meu tem que ser ruidoso, aflito, dialético. Acho triste ver que o medo deixou tantas pessoas a mercê de si mesmas. E assim termino este ano, com pé torcido, com a certeza das benfeitorias da minha maturidade e rindo muito mais. É um tesão começar a se desprender do que me dizem que eu tenho que fazer. Desejo a todos vocês um 2014 cheio de coragem!