Uma coisa é amarrar a mão, colocar venda, meter com almofada escorregando, até aí tudo bem. Mas o estranho mesmo rolou depois do “isso não”, quando você se postou na janela deixando a única sombra da luz da casa vizinha posar sobre seu corpo e que pelo silêncio sabíamos que precisávamos gozar. Para depois dali vir logo aquela culpa. Nada disso é certo. Por que a luz apagada? Sempre que acabava a força na rua, na minha infância, pra mim era festa. Era quando a família se divertia só pelo fato de conversar mais, no escurinho, entre velas. Fogueiras, lareiras. Longe da febre do seu corpo, sem poder morder suas bochechas. Infelizmente aqui é um poço de dúvidas, não feito para respostas. E justamente por isso é difícil habitar. Pois é bagunça assumida sem necessidade de arrumação. A coluna se mostrou ereta mas se encurvava como a tal da borracheira. Tiro seu controle, sua cabeça deixa de confiar em mim. Não adianta só cordinha puxando seu pau explodido, água derramada na cama, cachorro preto que não volta para a vizinha, tentativas falhas de integrar o que já é desintegrado. E se caso existir uma próxima vez, eu vou é pagar. Para continuar te excitando, nesse afago atroz, enquanto eu fodo em cima daquele canivete mecânico. Ali é clipe musical, aqui é febre, a sua e a minha.









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