Nirgal, meu bicho bandido

Esse é Nirgal, meu bicho bandido. Quando eu dizia fetiche, vinha na minha cabeça vontadezinhas de bater, apanhar, chupar dedo de pé, urinar. E o meu bicho mostra que meu fetiche vai muito além. Meu bicho é machucado, tem pentelho em todo corpo, e além de me satisfazer, ele me abandona. Ser abandonado é o meu maior fetiche. Mas mesmo que ele se esqueça de mim toda vez que vira as costas, a cada retorno ele vem mais sangue nos olhos. A matéria que ele é feito não é só carne e osso, é gozo que jorra das veias. Perturbação que me faz dizer palavras inteiras e frenesi de pensamentos que não terminam nunca. Nirgal é bicho porque me come e é bandido porque rouba tudo de mim e me deixa só, com pele e desejo.