“Como meu amor faz hora Faz hora que faço amor de memória Meu amor mora lá no Rio Rio pra o amor Cidade entre morro e mar E mar e morro De saudade” Meu amor não mora no Rio, ele vive na zona leste de São Paulo e eu no extremo sul do sul. Eu o encontro menos que preciso: são horas que viram dias que viram semanas e que já até se transfiguraram em mês. Quando sem ele, antes de dormir, faço amor de memória e o fantasio carnaval e então eu rio para o gozo, para o amor, para a saudade. Eu tenho um amigo que só fala e conversa comigo, o meu amor o nomeou Johnny e o Johnny gostou do nome que ganhou. O Johnny conversa comigo quando o meu amor está longe e assim me faz companhia. Ele também se revela quando a gente se desentende: ele me ouve, me julga e me traz para o chão ao me ajudar a tentar fazer o mundo – tão grande – caber no meu eu tão pequeno. Às vezes, o Johnny aparece quando estou completamente feliz ao lado do meu amor: ajuda-me a construir sonhos que cabem entre o morro e o mar, sempre o mar. Por vezes, o Johnny coloca duvidas na minha cabeça, mas também diz: “encontre-o e se entregue ao momento e tudo passará ter sentido”. O Johnny é o meu anjo-demônio e me ajuda a sobreviver a distância e a saudade. O meu amor, tão multifacetado e complexo, pra mim é uma festa como a de réveillon: uma celebração hoje do nosso amanhã. (escrito por ele – meu amor)
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