Histórias de Frank

Frank apareceu atrás dos vidros de uma lojinha de supermercado. Eu era um pré-adolescente e pedi para minha mãe comprar aquela fita de vídeo, e desde então tenho um personagem referência para me apoiar. Ele criou um homem ideal, musculoso, loiro, e de sunga dourada para satisfazer seus desejos sexuais. Frank transa com Rocky, com Janet, com Brad, e mata Eddie. Frank é um portal de luxúria que ensina todos os motoqueiros a celebração da liberdade. Ele é feio, como eu. Ele usa cinta-liga, permanente, boca vermelha, e está sempre criando, subvertendo algo. Mas sempre está preso naquela casa-laboratório esperando pneus furados e amigos excêntricos. Ontem estava falando sobre velhice, e penso que não ficarei velho, pois morrerei antes, atingido pelos meus comparsas. Esperei tanto por essa grande apresentação, onde imagino todo o público me aplaudindo, enquanto beijo várias cópias delicias de mim mesmo. Don’t dream it, be it. Frank é meu pilar. Fui feito como ele, mistura de trasheira e filosofia barata, referências eruditas e rebolado lascivo. Mas no final, depois de ter sido alvejado por aquele em que eu mais confiava, serei suspenso até o alto da torre pela minha criação, meu King Kong. Com amor, Fay Wray.

Janet se sentia derrotada. Nunca conseguiu ganhar em nada. Havia beijado só um homem, e nunca tinha levado amassos mais profundos. E isso lhe causava problemas e bancos úmidos. Mas depois desta noite ela provou o sangue e agora quer mais. Não oferecerá nenhuma resistência. Ela tem uma coceira para coçar, e precisa de ajuda. Janet quer ser tocada, suja. E pede para a criatura da noite, emocioná-la, arrepiá-la, preenche-la. Então se algo crescer enquanto você posa, eu vou lhe passar óleo e massagear e isto é apenas uma pequena fração do ato principal. Você precisa de uma mão amiga e eu preciso de ação.

Magenta quer voltar para casa. Além de tiete e serviçal, ela tem olhar de mormaço. Não se sabe se ela apenas transa com seu irmão, ou é dessas relações estranhas interplanetárias. Eles moram no planeta Transexual, próximo da Transilvânia. É comum para ambos servir. Auxiliam na construção do homem perfeito, auxiliam no jantar com o ex-amante morto, auxiliam até nos passos de dança. Mas assim como ajudam em tudo também sentem ciúmes. E se no show final não forem convidados, irão matar. Matar o seu patrão quer dizer voltar para casa. Uma casa onde a servidão não é mais obrigação.

Eddie sempre foi um problema, desde o dia em que ele nasceu. Ele foi espinho espetado em sua mãe. Ela tentou em vão, mas ele nunca lhe causou nada além de vergonha. Ele deixou sua casa no dia em que ela morreu. Tudo o que ele queria era rock’n’roll, pornografia e uma motocicleta. Cuspindo lixo, ele era um pequeno punk fracassado, que levava qualquer um na garupa. Todos os escorraçavam, mas Columbia o amava. Ela o ajudava a ficar são dentro de sua insanidade. Mas ele trancou a porta e jogou a chave fora.

Um fracote que pese 80 quilos vai ficar com areia nos olhos quando for nocauteado pela sua beleza. Na academia te vejo com o queixo empinado, e eu só vejo o suor de seus poros enquanto malha por sua causa. Com um pouco da minha massagem, e vapor, você ficará rosado e bem limpo. Oh, querido, você será meu homem forte. E ele comerá proteínas nutritivas e ovos crus, vai tentar fortalecer ombros, peito, braços e pernas. Uma vida tão exaustiva, que eu apenas não entendo. Pois em pouco tempo, baby, eu posso transformar qualquer um em um homem.