Eu só queria te mamar

ele me disse que sua barriga era um ponto muito vulnerável. não pensei duas vezes e entrei embaixo da coberta que nos uniu durante toda a noite. quando eu estava passando meus lábios perto do umbigo dele ele correspondeu a sua afirmação. depois que minha mãe parou de me amamentar pelo seu seio, eu desenvolvi uma mania de apertar a pele do seu pescoço, eu dizia que queria fazer “papinho”. este era meu gesto que me ligava a ela. ela interrompeu este nosso vínculo quando eu “já era bem crescido para aquilo”. eu estava escorregando a língua em torno do seu abdômen e surgiu a tensão da possível mamada. nossa pele já decodificou ações apontando a sequência natural delas. passamos pelo umbigo para chegar no pau. barriga não é final. pau é. não sei por quanto tempo fui amamentado mas lembro que por mais de uma década eu explorei as nervuras do seu colo. e se nestes dias eu tenho pensado tanto em você é por que senti vontade de te mamar novamente, e assim me proteger na sua pele e abrirmos espaços para utopias entre pessoas, não entre unicórnios. o tempo há de ser generoso. mãe. ele disse que eu fui bem habilidoso no traquejo com o seu corpo. e então fui para o passo seguinte, onde a pele condicionada já sabe que é o fim.