O dia pode estar claro, o sol pode estar radiante, e digo até que você pode estar ótimo, mas às vezes adoro quando as luzes são apagadas. Mesmo que tenha que fechar todas as janelas, ignorar o calor que faz lá fora, ainda assim gosto da forma da sombra. Quanto mais sol, menos sombra. E é no escurinho dos quartos já tão visitados, que eu arranco sua roupa, e você sangra vergonha. E é nesse pudor de tecidos jogados para tapar as intimidades que você se mostra mais bicho. Sua selvageria está grudada em cada pentelho do seu corpo. E se você está anárquico e propõe situações inusitadas é justamente porque você chegou antes do meio dia e eu lacrei o apartamento. Se você está confuso, imagine eu que fiquei aqui com os dedos pintados de vermelho e cheios de esperança, mesmo nas noites de falta de luz.
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