Quando o ano vira, viro junto os olhinhos. Tento mudar o foco. Neste finalzinho dancei sem fim na boquinha da garrafa, e a hérnia quase disse olá novamente. Lembro que em janeiro do ano passado estava com dificuldades de andar e neste primeiro mês já amanheci com dores, nos braços por causa do boxe virtual e nas ancas pela batida latina e nordestina. Tentei começar o ano performando, mas o que me sobrou foram apenas bolas de decoração. Para a fotógrafa convidada disse que elas significavam ideias, porém as verdadeiras ideias surgem depois de apertinhos sofridos. Eu não sei se falo das bolas, dos espremidos ou da dança, já que tudo começou no axé. Quando eu começava a descansar o corpo, o DJ tocava uma nova impossível de não requebrar. E assim vou reiniciando, ano novo, entre dores e celebrações.
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