Essa é a louca da boca vermelha. Quando ela chegou não conseguia conter o bico. Era língua para o lado e para o outro. O olhar marejava e a bunda empinava. Quando ela se pintou, seus lábios viraram seus guias. E no instante em que ela o viu, com aquele corte de cabelo bizarro, a boca vermelha berrou. Não entendeu a razão dele ter raspado com gilete a lateral da cabeça, e ainda assim achar que estava certo. Depois ele explicou que nem sempre o que procuramos é a beleza e que o estranho tem que ser também bem-vindo. Da mesma maneira que a cor vibrante no seu rosto lhe trazia algo de novo a lateral rasgada e ferida também lhe desenhava melancolia. E assim ela emprestou seu batom para ele se borrar um pouco mais.
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