Não quero contribuir para a fotografia. Quero só escrever cartas de amor por fotos. Declarar-me para você. E no lugar de dizer que eu tenho tesão e paixão, eu crio cena e posto aqui. Quando estou carente e quero colo, troco a imagem do perfil. E quando digo que não quero mais saber de sexo, crio página de nudez para te provocar, até você querer transar comigo e eu ficar mal porque você não quis meu afeto. Acordo com mensagens de pinto duro e durmo esperando o seu boa-noite. Eu vivo clicando para ver a imagem, e depois conseguir me desestabilizar. Sem elas a minha cabeça que vence. Então quando penso que dentro delas é onde mora a ficção, é no mesmo lugar em que me perco em realidades. Quero dizer que fui feito não só de sexo, mas de um amor profundo por você. Mesmo que você ainda não exista, eu continuo sentado em um banco de madeira, pelado e carinhoso.
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