sim, ela foi campeã de natação, diversas vezes e eu usava as medalhas dela orgulhosamente. sim, ele mijou no meu diário, bêbado. sim, ela morreu sem saber nadar. e sim – eu virei sereia urbana. já me arrastei pela paulista, já nasceu bagre de mim, já fui madame sereia em balada vazia, já sereiei semi nu tanto em cobertura de hotel luxuoso como sarjeta da Bento Freitas. Um dia fui competir em uma prova de 100 metros nado borboleta. Não fiquei nem em quarto, talvez quinto ou sexto. A piscina estava absurdamente gelada. A moça mãe que não sabia nadar me esperava com a toalha, ela sabia que eu nunca seria vencedor daquelas categorias. Neste sábado e domingo e nos próximos sábados e domingos de outubro e novembro estaremos lá: sereia, mijo, bagre e mãe. e o que nascerá de mim nada mais é do que tudo o que eu gostaria que fosse. pelas minhas guelras quero explodir qualquer saudade ou vontade que eu não consigo admitir. vivo em estado de apnéia, vendo os pés dela frágeis sem nunca conseguir sustentar seu nado, mas esbravejando porque ele errou a porta do banheiro. se puderem apareçam. assim como eu, outros vinte peixes sentimentais estarão por lá defendendo seus mares. e sim, eu o amo, é que debaixo da água é dificil falar claramente. a cor da cauda é o que menos importa.
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